Avaliação da disfagia: como identificar riscos reais no primeiro atendimento




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    A avaliação inicial da disfagia exige precisão, rapidez e capacidade de interpretar sinais clínicos que muitas vezes passam despercebidos. No primeiro contato, o fonoaudiólogo precisa distinguir entre alterações leves, que podem ser manejadas ambulatorialmente, e quadros de alto risco, que demandam intervenção imediata, investigação instrumental ou encaminhamento médico. Um erro comum entre profissionais iniciantes é focar apenas na deglutição observada durante o teste alimentar, ignorando variáveis que, na prática, determinam a segurança da via oral.

    A anamnese direcionada é a base dessa triagem. Histórico de pneumonias recorrentes, engasgos frequentes, perda de peso, esforço respiratório após refeições, tempo prolongado para comer e recusa alimentar não são detalhes complementares; são marcadores diretos de risco. Em pacientes neurológicos, é essencial investigar tônus global, nível de consciência, tempo pós-lesão e presença de alterações cognitivas que afetem a compreensão e a execução das etapas da deglutição. No público pediátrico, sinais como fadiga rápida, recusa alimentar persistente e dificuldade de coordenação sucção–respiração–deglutição exigem atenção imediata.

    A avaliação oromiofuncional complementa a triagem de risco. A observação da postura de lábios, língua e mandíbula, o padrão de respiração, a qualidade vocal e a presença de tosse espontânea são indicadores importantes. Alterações como escape anterior, língua hipotônica, saliva espessa ou ausência de controle intraoral sugerem impacto direto na fase oral da deglutição e aumentam a probabilidade de estase, dispersão inadequada do bolo e penetrações silenciosas durante a fase faríngea. A ausculta cervical, embora complementar, pode ajudar na identificação de padrões que indicam risco, como estalos repetidos, múltiplas deglutições sequenciais sem eficiência e períodos prolongados de apneia.

    O teste alimentar deve ser realizado apenas após a avaliação estrutural. A escolha da consistência inicial deve considerar o estado geral do paciente e nunca seguir uma fórmula fixa. Consistências mais espessas são, em muitos casos, mais seguras que líquidos, mas isso varia conforme a fisiologia individual da deglutição. Durante a observação, o fono precisa analisar ritmo, coordenação, tempo de trânsito, presença ou ausência de tosse, alteração súbita do padrão respiratório e mudança no timbre vocal. Mas o ponto mais crítico é compreender que a ausência de tosse não significa ausência de aspiração. Pacientes com reflexo protetor reduzido podem aspirar silenciosamente, o que reforça a importância de integrar todos os dados clínicos antes de definir condutas.

    A partir dessa análise, o fonoaudiólogo precisa identificar o nível de risco do paciente. Risco leve demanda ajustes alimentares, orientação postural e monitoramento. Risco moderado pode exigir modificação de consistência, exercícios específicos e reavaliação frequente. Risco alto demanda suspensão parcial ou total da via oral até avaliação instrumental (como videofluoroscopia ou VFE) e avaliação médica associada. A tomada de decisão deve ser fundamentada em parâmetros clínicos e não em percepções subjetivas ou modelos engessados.

    Profissionais que se aprofundam em protocolos e técnicas específicas desenvolvem um olhar clínico mais seguro e conseguem reduzir complicações associadas à alimentação. A clareza na identificação de riscos no primeiro atendimento define não apenas o plano terapêutico, mas a segurança e a qualidade de vida do paciente.

    Para aprofundar os protocolos clínicos, técnicas de avaliação e exercícios específicos utilizados na prática, acesse o material completo aqui!



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